Morre aos 88 anos o criador de Mafalda.
- Lucas Rodrigues Cândido
- 1 de out. de 2020
- 2 min de leitura
Uma singela homenagem ao cartunista.
Morreu no dia 30 de setembro de 2020 o argentino Joaquin Salvador Lavado Tejón, popularmente conhecido como Quino. O cartunista faleceu devido a um acidente vascular cerebral.
Quino nasceu na província de Mendoza em 1932, perdeu a mãe em 1945 e o pai no ano de 1948. Por mais que o começo de sua vida tenha um tom trágico, sua infância foi feliz e dês de cedo o cartunista teve interesse peculiar pela arte. No ano seguinte a morte do pai, Quino abandonou a Faculdade de Belas Artes com a proposta de virar um autor de histórias em quadrinhos e sem tardar, conseguiu vender seu primeiro desenho, um anúncio de uma loja de ceda. Após o seu serviço militar obrigatório em 1954, o cartunista conseguiu se estabelecer em Buenos Aires, entretanto levava a vida em condições precárias. Nessa mesma época, Quino obteve a sua primeira publicação, uma página na revista de humor semanal Isto é, depois disso, outras editoras como Leoplán, TV Guía, Vea y Lea, Damas y Damitas, Usted, Panorama, Adán, Atlántidam Che e o diário Democracia, começaram a publicar mais criações do cartunista.
A sua mais famosa personagem, Mafalda, surgiu após um desentendimento com uma campanha publicitária. A garotinha seria a protagonista na propaganda para uma empresa de eletrodomésticos. A campanha não chegou a ser realizada, mas o cartunista viu que Mafalda tinha certo potencial. Então, a primeira tirinha de Mafalda foi publicada no dia 29 de setembro de 1964, na revista Leoplán, e, um tempo depois, passou a ser uma publicação regular no semanário Front Page.
Mafalda sempre foi uma personagem preocupada com a humanidade e, a almejada, paz mundial, logo, a garotinha sente revolta com o estado atual do mundo. Não demorou muito para que Mafalda se tornasse muito querida em toda a América Latina, por conta de suas histórias, o contexto da época e até mesmo algumas ações da personagem que revelavam um pouco mais da nossa cultura Latina.
Muito se discute sobre o fim da personagem em 25 de junho de 1973, Quino alegou que estava se tornando incapaz de comentar as noticias mais recentes, pois na época, o cartunista trabalhava no Siete Días Illustrados, e o hebdomadário cobrava os quadrinhos duas semanas antes da publicação. Por fim, Quino ainda desenhou Mafalda em algumas ocasiões, principalmente em campanhas sobre os direitos humanos, uma das mais famosas, foi a aparição da personagem em um pôster para a UNICEF, ilustrando a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
Após o fim de Mafalda, Quino ainda criou histórias com tom político, em sua maioria, abordando temas como opressão e desigualdade social. Em algumas entrevistas, depois da virada do milênio, o questionaram se em algum momento a personagem continuaria com seu olhar analítico ao mundo após tanto tempo ter passado. O cartunista comentou que sim e que o por que pode ser encontrado depois de se passar a vista em um jornal.
Nós da GeekTeen, damos nossas condolências aos familiares e que o legado de Quino nunca seja esquecido.
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