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Noites Brancas – Resenha.

"Era uma noite maravilhosa, uma noite tal como só é possível quando somos jovens, caro leitor" - Dostoiévski.


Fiódor Mikháilovitch Dostoiévski (1821-1881), foi um jornalista, escritor e filosofo do longínquo Império Russo. Considerado, atualmente, um dos maiores escritores pensadores e romancistas da literatura mundial. Dostoiévski é um dos poucos escritores clássicos em que podemos categorizar suas obras por meio das fases de sua vida, sendo a primeira delas a juventude, onde o autor começa a sua carreira literária após o termino dos estudos de engenharia. Gente Pobre (1846), o primeiro romance do autor, foi um sucesso na critica sendo considerado uma das obras vanguardista do movimento literário realista na Rússia. Logos depois veio o seu segundo romance O Duplo (1846), este que não agradou muito a crítica, mas nos apresentou um elemento narrativo que o autor usaria até o fim de sua vida, a duplicidade do protagonista. Em algumas obras do autor, Dostoiévski nos demonstra uma segunda visão do protagonista da narrativa na própria história, este que é considerado o duplo. Alguns anos a frente o autor seria condenado ao exílio na Sibéria, entretanto, antes desse acontecimento, Dostoiévski escreveu contos, que mais tarde, receberiam certo prestigio como: Senhor Prokhartchin, Romance em Nove Cartas, Polzunkov, A Senhoria, O Ladrão Honesto e Noites Brancas, o foco de nossa resenha.


A narrativa é contada na primeira pessoa, sendo narrada por um protagonista sem nome. O Sonhador, que é como o personagem se define, é um homem solitário que vive em São Petersburgo. Este que não tem amigos ou esposa e o único momento bom de todo o seu dia é quando ele percorre o trajeto do seu trabalho até a própria casa, apreciando o fabuloso cenário que a cidade demonstra ser quando as noites brancas acontecem. Estas “noites brancas” nada mais são do que um fenômeno natural que ocorre no verão em regiões adjacentes aos polos do planeta, onde o Sol nunca vai embora e a noite é uma eterna aurora de fim de tarde, o que acarreta nas noites brancas. Em uma dessas noites o Sonhador acaba se deparando com uma moça perto de um canal da cidade que aparenta estar triste e sua silhueta sugere que ela esteja preste a se jogar. O protagonista a salva e aqui vemos o desenrolar fantástico da trama.


Este pequeno conto foi lançado em 1848, indo contra o perfil realista que as obras russas estavam seguindo, sendo, até os dias atuais, uma das obras mais românticas que o autor desenvolveu. A estética da obra, as noites brancas, trazem um ar fantástico a narrativa e quase se torna um personagem. No conto os personagens principais também são memoráveis pois Dostoiévski adota o melodrama teatral para criar e enfatiza-los nos presenteando com emoções a flor da pele e diálogos eloquentes. Por fim, um desfecho que atormenta o leitor mesmo dias após o fim da leitura.



Fiódor Dostoiévski é um escritor muito lembrado por escrever demais ou escrever pouquíssimo e Noites Brancas é um conto extremamente curto, mas está na dose certa, o que se torna uma boa entrada para aqueles que gostariam de começar a ler as obras do autor.

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