O Iluminado – resenha.

O retorno ao rei dos escritores.

Stephen Edwin King nasceu em Portland, foi criado por sua mãe Nallie Ruth Pillsbury e seu irmão adotivo David, pois seu pai abandonou a família quando o escritor tinhas dois anos de idade. Após graves problemas financeiros causado pelo abandono paterno, a família King foi para a cidade Durham, no estado de Maine. O escritor, quando era criança, gostava muito de ler quadrinhos como EC’s Horror Comics e Tales From The Crypt, que despertavam o seu fascínio pelo gênero terror, tanto que na escola o jovem King escrevia diversas narrativas aterrorizantes, baseadas nos filmes que assistia, e as transcrevia com o auxilio do seu irmão. Nos anos de 1966 a 1971, estudou inglês na Universidade de Maine, onde escrevia uma coluna chamada “King’s Garbage Truck” (na tradução literal, Caminhão de Lixo do King), para o jornal estudantil, o Maine Campus. Foi na universidade que King conheceu sua esposa Tabitha Spruce, eles casaram em 1971.Após o fim da universidade, o escritor começou a escrever seus romances. Uma de suas primeiras ideias era a de uma jovem com poderes psíquicos, mas o escritor a descartou. Entretanto Tabitha encontrou os esboços da narrativa e convenceu seu marido a dar continuidade a obra. Quando Carrie foi publicado, King recebeu US$ 2, 5 mil dólares adiantados, entretanto, os direitos autorias fizeram com que o escritor ganhasse US$ 200 mil posteriormente. Logo depois do sucesso de Carrie, King deu a vida a outra obra chamada Salem, abordando um clássico personagem de histórias de terror, o vampiro. No ano de 1977 foi publicado um dos maiores sucessos do autor até o atual momento, o icônico O Iluminado.

A história começa quando Jack Torrance, um professor com graves problemas de alcoolismo, decide ser zelador na temporada de inverno do grande Hotel Overlook. Jack decide levar a sua família junto na sua empreitada, a sua esposa, Wendy, e seu pequeno filho de cinco anos, Danny. Jack, decidiu aceitar a oferta de zelador para tentar se reconciliar com sua família, pois devido o vício do álcool, ele, por acidente, acaba quebrando o braço de Danny. Ele também é um aspirante a escritor e decidiu usar esse tempo no Overlook para escrever uma peça de teatro.

Na chegada ao Overlook, Danny conhece Dirk Hallorann, o chefe de cozinha do hotel, que acaba percebendo que o pequeno garoto é especial. Danny possui habilidades psíquicas que fazem com que ele consiga ler mentes e ter premonições. Dirk é especial assim como Danny e acaba reconfortando o garoto dizendo que ele não é esquisito ou que ele não precisa temer as coisas que vê, pois ele tem essa habilidade chamada “shining” (iluminação), não por conta de uma coisa ruim, mas sim por um bom presságio. Dirk, ao se despedir, informa Danny que se algo acontecer ele poderia simplesmente chamado de forma telepática.

Quando a neve começa cair no Overlook, o hotel começa a se tornar cada vez mais sombrio. Aparições começam a se tornar mais frequentes, incidentes ocorrem sem que ninguém tenha feito alguma coisa e Danny começa a ficar doente. Jack, vendo que seus planos estão indo por água a baixo começa a enlouquecer gradativamente, sendo até mesmo visitado pelo barman e o antigo zelador do hotel. A partir desse momento, o resto da família Torrance tenta ao máximo ficar sã, mas Jack e o próprio Overlook vão fazer de tudo para que eles também percam a razão.

O Iluminado foi sem duvida um grande acerto na carreira do King. Criar uma narrativa aterrorizante baseada na solidão e nos vícios humanos foi uma grande cartada que rendeu bastante ao autor. O Hotel Overlook é uma excelente ambientação, os personagens são únicos e lembrados até hoje. As descrições são aterrorizantes e concisas, fazendo com que o leitor não se desprenda facilmente quando algo acontece. A aflição só aumenta no decorrer das páginas, e isso é excelente para a obra. Você nunca vai saber o que pode ser encontrado ao passar por um dos corredores do Overlook. Parafraseando, O Iluminado é sem duvidas uma história que vale a pena ser lida.

Curiosidades a parte. O Iluminado é uma das obras mais marcantes de Stephen King e também é um ícone na cultura pop, muito em conta do filme lançado em 1980, homônimo, dirigido por Stanley Kubrick. Fato interessante é que King não gostou muito da adaptação e resolveu criar a sua própria versão de The Shining, uma mini série lançada em 1997. King escreveu o livro em uma fase conturbada de sua vida, onde o próprio tinha um vício em bebidas alcoólicas, vício que o personagem Jack Torrance também tem, mas com um auxilio familiar o escritor conseguiu seguir em frente.